quarta-feira, 6 de julho de 2011

Página nº 120:

(Meias-páginas III-A-III-3-b e III-A-III-3-c).

3 comentários:

Nuno disse...

Grande página Miguel! Só um apontamento. No passado Congresso Internacional Pessoano, a Teresa Rita Lopes criticou o José Barreto precisamente por uma posição semelhante à que está na sua página. Veja aqui: http://blog.umfernandopessoa.com/2010/11/dia-3-do-ii-congresso-internacional.html

A carta é do Álvaro de Campos e os colegas do Orpheu distanciam-se do Campos, não do Pessoa. Seria tudo uma continuação da blague... claro que é uma interpretação subjectiva. Mas não pude deixar de a lembrar.

Ab
Nuno.

Miguel Moreira disse...

Obrigado Nuno, também gosto muito desta "autêntica cena de acção".

Fui verificar o que me diz nessa nota à apresentação de José Barreto, e devo dizer que, a meu ver, não me desviei daquilo que terá acontecido:
- Ferro e Guisado desmarcaram-se mesmo de Raúl Leal (a pessoa real) e de Álvaro de Campos, desligando-se publicamente da revista Orfeu (artigo no jornal "A Capital" do dia 7 de Julho de 1915 - é posSível conferí-lo no site da Hemeroteca digital - p.28 do documento em PDF referente a esse mês).
- Almada Negreiros diz claramente, anos mais tarde, que se chateou com membros do grupo (sem os nomear penso eu) por repudiarem a personalidade de Raúl Leal, e critica também a intromissão de ideias políticas no seio de Orfeu, que deveria representar o contrário (aqui entra a crítica a A. de C.).
- Sá-Carneiro, como nos explica João de Figueiredo no livro "A Morte de Sá-Carneiro", teve mesmo que repudiar a carta de A. de C. e posteriormente é obrigado a desistir da revista por causa do pai. Não corta, é óbvio, relações com F.P. mas pede-lhe mais tarde para não se expôr da mesma maneira (via "filmes" sensacionistas) por recear pela vida do amigo.
- Percebe-se pelas cartas deste que Alfredo Guisado deixou de falar bastante tempo com os dois directores de Orfeu; portanto não é só com Campos que "cortou relações". António Ferro não volta a ser referido (que eu me lembre).
- Acredito que no caso de Côrtes-Rodrigues, Sá-Carneiro e Almada, as reacções detes tenham sido de conveniência, mas não me parece provável que tenham sido motivadas apenas por "blague". Percebe-se pelo caso do quase-linchamento (comprovado pelos tais receios de Sá-Carneiro) que à época esse tipo de "brincadeiras" podia ter consequências sérias, portanto eu naõ acho que a interpretação da Teresa Rita Lopes, segundo li no seu relato (sempre úteis e agradáveis), corresponda a este caso. Seria mais adequada, por exemplo, ao caso do Aliester Crowley, anos mais tarde, assim como à cumplicidade em geral de F.P. com Augusto Ferreira Gomes.

Um abraço.

Miguel Moreira disse...

Nuno, passado dias vejo que o problema pode estar no final do texto do último quadradinho da 1ª m-p: a ideia de "abandono ao mestre" é uma tentativa couxa de citar (dentro desse espaço limitado) o que um jornalista escreveu no jornal A Capital uns dias depois, e que é precisamente a ideia segunda a qual um vazio é feito à volta do mestre do grupo de Orfeu, segundo ele o Álvaro de Campos (se me lembro bem é essa a expressão)...

Vou tentar corrigir essa passagem sem ter de reescrever o quadradinho todo.

Obrigado.