domingo, 31 de dezembro de 2017

Como era de esperar, a actualização deste blogue continua deixando a desejar... A nossa banda desenhada foi nomeada no Festival de BD da Amadora de 2016 como um dos cinco melhores álbuns do ano - uau! 

Desde aí, pouco me tenho dedicado a pensar na obra e naquilo que é para mim, a sua "vida para além da morte", talvez devido a uma certa tendência minha para o cepticismo... Para os "outros", os eventuais leitores, a obra não morreu, e talvez só tenha agora a possibilidade de começar a "existir"... (Sejamos optimistas). 

Tenho notado, na internet por exemplo, que uma atitude algo recorrente é uma espécie de aversão pela grande quantidade de texto nela incluída. É perfeitamente aceitável; uma banda desenhada é normalmente de leitura muita mais rápida, e parece haver uma proporção "natural", e esperada pelo leitor, na relação entre a imagem e o texto num livro de BD.

Devo admitir no entanto que me entristece um pouco ver que essa característica é tida não só como um defeito, mas ainda por cima, como um defeito devido à uma falta de capacidade, ou de conhecimento da minha parte, enquanto autor do livro.

Descobri há pouco tempo um post no blogue do Centro Nacional de Cultura, da autoria de Guilherme de Oliveira Martins e publicado em Setembro de 2016, que muito me alegrou por aí estar uma descrição bastante objectiva e correcta dessa característica, no seu verdadeiro sentido:

«E se há pranchas em que se nota uma certa sobrecarga de texto, compreende-se a opção do autor, uma vez que, de certo modo, faz sentir o leitor que o desenvolvimento se torna necessário para a compreensão do enredo e da narrativa. Se dúvidas houvesse, basta vermos o brilhantismo revelado em outras pranchas onde não há palavras, mas sim apenas o gesto e o movimento»...

Aqui, o link para o post.

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(Consegui fazer um post neste blogue em 2017 - viva!)