quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A última meia-página deste grupo de 5, a preto e branco (II-B-II-3-e):

... Seguida do aí apresentado retrato, na sua forma final, da autoria de Rodriguez Castañé - retrato esse que pode ser visto ao vivo na Casa Fernando Pessoa:

O que Mário de Sá-Carneiro diz ao Fernando Pessoa no último quadrinho foi retirado de duas cartas que ele lhe endereçou: da primeira, de 20 de Outubro de 1912 (por acaso, é também a primeira da longa correspondência entre os dois), consta a referência ao seu respeito pela "Renascença Portuguesa"*, e da segunda, de 2 de Dezembro de 1912, a apreciação do papel de crítico que F.P. vinha desempenhando publicamente à data**.
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*: «Por hoje, mais nada. Isto é: resta-me falar-lhe no tempo, coisa imprescindível numa carta destas: tem havido muita bruma, ungida de quando em quando por alguns raios dourados do cálice da hóstia rubra... (sem espírito nem ofensa; você sabe muito bem quanto simpatizo e respeito a Renascença e antes de mais nada - o seu crítico)».

**: «Li o seu artigo. Esplêndido de clareza, de justeza, de inteligência. Apenas lastimo que para o público você seja por enquanto apenas o "crítico Fernando Pessoa" e não o Artista».
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Quanto ao Almada Negreiros (no centro da fotografia acima apresentada, de 1912), optei por representá-lo já com um aspecto meio-"modernista", isto é: vistoso e não preocupado com as convenções, introduzindo assim graficamente a componente iconoclasta da sua personalidade:

Para as feições do nosso "poeta d'Orpheu futurista e tudo", baseei-me obviamente na sua própria interpretação desenhada:

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