^^^: Caricatura de Fernando Pessoa - "o crítico da Águia", segundo um desenho original de Rodrigez Castañé, publicado no jornal "República" em 1912.
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Encontra-se no blogue La Cárcel de Papel (em espanhol) uma ligação para uma interessante entrevista com Art Spiegelman (como sempre no caso deste autor), a propósito de uma edição da sua responsabilidade, prevista para Outubro de 2010, do seguinte título: "Lynd Ward: Six Novels in Woodcuts" (1929-1937), um boxset em dois volumes contendo, como o título indica, seis romances sem palavras - só com imagens.
O acontecimento reveste-se de alguma importância para a "literatura visual" de toda a ordem já que esta obra de Lynd Ward vai também dar entrada na Biblioteca do Congresso Norte-Americano, juntando-se ao rol de livros consagrados culturalmente pela dita instituição, um avanço inegável para o reconhecimento de "outra forma" de literatura que, como pertinentemente Spiegelman aí aponta, assenta na forma do livro em si, ajudando portanto a compreender de forma original as mudanças tecnológicas actuais por que passa esse até agora indispensável objecto cultural.
Aconselha-se a leitura da referida entrevista e, obviamente, a descoberta de mais obras deste autor.
No seguinte link, por exemplo, poderão apreciar as suas ilustrações para o famoso livro de Mary Shelley, Frankenstein:
^^^ Acima: a primeira aparição da Criatura.
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Para acabar, uma ilustração do autor de "In the Shadow of No Towers":
... Recusada pelo editor da revista "New Yorker"...
... E a comparar com as cinco charges do post anterior.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Finalmente, a última meia-página deste grupo de cinco (II-B-II-2-e):
Que fique no entanto claro: a edição do seu primeiro livro "de novelas" não foi de autor; Mário de Sá-Carneiro publicou-o na Livraria Ferreira (quem sabe se comportando os custos) mas os seus seguintes livros, um de poesia e dois de novelas, foram-no. Fica assim introduzido com esta distorção à verdade o tema da sua capacidade finaceira, que desempenhará um papel importante na criação da revista "Orpheu", e no seu fim também...
[^^^: Acima, a bibliografia do autor, tal como se encontra no primeiro número da revista Orfeu].
E para celebrar o regresso à normalidade técnica neste blogue (até quando?), deixo-vos com uma série de "charges" do ANGELI:
Que fique no entanto claro: a edição do seu primeiro livro "de novelas" não foi de autor; Mário de Sá-Carneiro publicou-o na Livraria Ferreira (quem sabe se comportando os custos) mas os seus seguintes livros, um de poesia e dois de novelas, foram-no. Fica assim introduzido com esta distorção à verdade o tema da sua capacidade finaceira, que desempenhará um papel importante na criação da revista "Orpheu", e no seu fim também...
[^^^: Acima, a bibliografia do autor, tal como se encontra no primeiro número da revista Orfeu].
E para celebrar o regresso à normalidade técnica neste blogue (até quando?), deixo-vos com uma série de "charges" do ANGELI:
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Enquanto os meus problemas técnicos com o photoshop continuam, não podendo eu portanto apresentar-vos a última meia-página deste grupo de cinco dedicado à breve introdução biográfica de Mário de Sá-Carneiro (até ao seu encontro com Fernando Pessoa), quero aproveitar para fazer uma pequena (grande) correção aos comentários que fiz aquando da publicação da m-p intitulada "Ó Sino da Minha Aldeia".
Das três versões existentes do conhecido poema, correspondendo a primeira ao momento inicial da escrita...
(Abaixo, a sua transcrição tal como pode ser encontrada na recente fotobiografia do poeta, da autoria de Richard Zenith:)
... a intermédia (publicada no número único da revista "Renascença" em 1914) tem mais do que uma simples (embora significativa) diferença no segundo verso, quando comparada com a primeira...
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minh' alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem um som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo triste e errante,
És para mim como um sonho -
Soas-me sempre distante...
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
... aproximando-se já consideravelmente da versão final, de 1924:
Já agora, e não sendo especialista na matéria - nem querendo sê-lo, longe disso - parece-me que na transcrição acima reproduzida da primeira versão, também se encontram dois erros: no «minh'alma» e no «tem um som de repetida» existentes no manuscrito, se não estou mais uma vez em erro.
Como já tive ocasião de aqui dizer: os filólogos pessoanos são pessoas cheias de paciência, não acham?
Feita a importante correção (não se vá dar o caso de eu me habituar a abordar apressadamente assuntos complicados), deixo-vos com uma interessante entrevista - brasileiramente, mais do que quadrinhisticamente, falando - com o inefável criador d'Os Skrotinhos - o Angeli...
[^^^ Imagens retiradas da internet, portanto de leitura menos ou mais difícil].
Das três versões existentes do conhecido poema, correspondendo a primeira ao momento inicial da escrita...
(Abaixo, a sua transcrição tal como pode ser encontrada na recente fotobiografia do poeta, da autoria de Richard Zenith:)
... a intermédia (publicada no número único da revista "Renascença" em 1914) tem mais do que uma simples (embora significativa) diferença no segundo verso, quando comparada com a primeira...
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minh' alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem um som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo triste e errante,
És para mim como um sonho -
Soas-me sempre distante...
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
... aproximando-se já consideravelmente da versão final, de 1924:
Já agora, e não sendo especialista na matéria - nem querendo sê-lo, longe disso - parece-me que na transcrição acima reproduzida da primeira versão, também se encontram dois erros: no «minh'alma» e no «tem um som de repetida» existentes no manuscrito, se não estou mais uma vez em erro.
Como já tive ocasião de aqui dizer: os filólogos pessoanos são pessoas cheias de paciência, não acham?
Feita a importante correção (não se vá dar o caso de eu me habituar a abordar apressadamente assuntos complicados), deixo-vos com uma interessante entrevista - brasileiramente, mais do que quadrinhisticamente, falando - com o inefável criador d'Os Skrotinhos - o Angeli...
[^^^ Imagens retiradas da internet, portanto de leitura menos ou mais difícil].
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
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