A quarta meia-página deste ciclo (X-1-d):
O encontro entre F.P. e Camilo Pessanha foi relatado pelo próprio, não detalhadamente, numa carta que ele lhe terá (ou não) enviado em 1915, para Macau, pedindo-lhe colaboração para o terceiro número da revista Orfeu (que ficou por editar):
«... Decerto que V. Ex.ª de mim não se recorda. Duas vezes apenas falámos, no "Suiço", e fui apresentado a V. Ex.ª pelo general Henrique Rosa. Logo da primeira vez que nos vimos, fez-me V. Ex.ª a honra, e deu-me o prazer, de me recitar alguns poemas seus. Guardo dessa hora espiritualizada uma religiosa recordação. Hoje sei-os de cor, aqueles cujas cópias tenho, e eles são para mim fonte contínua de exaltação estética...».
Nesta B-D, pelo contrário, vemos Pessanha recitar a Pessoa somente um poema - "Violoncelo" - no segundo encontro entre os dois, sendo o primeiro apenas mencionado, e não mostrado (ver m-p anterior).
Liberdade criativa e rigor histórico são de facto difíceis de conciliar...
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
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2 comentários:
Lembrei-me da passagem "nunca vi um poeta que pudesse admirar" ou algo do género, que o Pesso disse no LD. Não me lembro da passagem exacta...
De facto, a "espiritualidade" da "religiosa" recordação parece exagerada...
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