

A terceira tem a vantagem de emparelhar dois desenhadores britânicos de comics ambos responsáveis, segundo a crítica, por um estrondoso renovar da BD norte-americana de super-heróis: Dave Gibbons, nos anos 80 do século passado (principalmente ao ilustrar o "famoso" "Watchmen") e Frank Quitely, que segundo se diz anda a fazer um muito bom trabalho.
Enfim, nestas coisas de super-heróis, tudo depende em geral do argumentista e dificilmente haverá nessa área outro detentor do toque de Midas que tem vindo a revelar o Alan Moore de há duas décadas para cá...

A seguinte entrevista dá-nos a impressão de ter sido realizada nos anos 60 com um desses artistas norte-americanos que, devido a um talento extraordinário, sobreviveram à mudança de paradigma que se verificou à época - de uma grande variedade de estilos de histórias (se bem que seguindo as fórmulas tradicionais da "aventura") para o tipo padronizado dos super-heróis com uma ou outra excursão independente (e financeiramente arriscada), ou no erotismo underground, ou então num estilo marcadamente autoral mas não tão bem recebido pelos leitores habituais de comics - como por exemplo o Wallace Wood, também conhecido como Wally Wood.

Outra entrevista de destaque, que no entanto peca por ser muito curta, tem como uma de suas protagonistas a Alison Bechdel, que viu o seu primeiro romance gráfico, auto-biográfico, ser eleito pela conhecida revista norte-americana "Time" como O Livro do Ano em 2006 (e não como a BD do ano - eles estão a ficar extremamente "evoluídos" por lá, não é? Tal se deve decerto ao prémio Pulitzer atribuído a "Maus" em 1992).

Esta autora tem um "sítio" e um blogue extremamente intressantes que poderão consultar através dos respectivos links apresentados na barra lateral deste mesmo blogue, se tal desejarem (secção "outros blogues" e "sites").
Para acabar (este post e não a série de entrevistas que continuará a ser divulgada no seguinte blogue: "Journalista"), uma também ela curta entrevista com Jean-Christophe Menu, autor da imagem abaixo apresentada:

Para além de ter publicado o best-seller "Persepólis" da autoria de Marjane Satrapi, (transformado pela própria numa excelente longa-metragem em animação - que foi possível ver em Lisboa e já disponível em DVD), revelou também dois "muito conhecidos" autores: Lewis Trondheim, recentemente nomeado "grande prémio" do Festival de Angoulême e autor de algumas obras publicadas por editoras portuguesas (uau!), e Joann Sfar, autor entre outras obras da recente adaptação em BD do clássico "O Pequeno Príncipe", também publicado por cá, e responsável pelo "biopic" cinematográfico de fantasia (segundo as suas próprias palavras) intitulado "Gainsbourg, vie héroïque", que deverá estrear em 2010.
Comparado com o movimento "revolucionário" da geração anterior na BD franco-belga (Nikita Mandrika, Marcel Gotlib, Claire Bretécher, Moebius, Philippe Druillet, etc...) que, por influência também dos seus pares norte-americanos, se esforçou por conseguir uma banda-desenhada mais "adulta", este colectivo de autores destaca-se por uma maior identificação dos objectivos estéticos desta forma de arte com os da Literatura (com maiúscula, sim), muito por culpa, precisamente, de J-C Menu, um dos responsáveis pela criação do "Ouvroir de Bande-dessinée Potentielle" (Oubapo) movimento paralelo ao anterior "Ouvroir de littérature potentielle" (Oulipo), razoavelmente conhecido e de cujos membros poderemos citar, a título representativo (se bem que nem sempre ortodoxo), o célebre escritor italiano Italo Calvino.

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