



(Blogue onde se dá a conhecer a biografia em banda-desenhada homónima do Poeta, da autoria de Miguel Moreira - cor: Catarina Verdier, e onde se tecem algumas considerações sobre: essa obra, B.D. em geral e assuntos pessoanos).

... realizadas em simultâneo, e começadas antes da m-p anterior estar acabada.

E mais desenvolvimentos do "caso Saramago", no "Público":
«A eurodeputada do PS Edite Estrela acusou hoje o social-democrata Mário David de ter uma “atitude inquisitorial” ao criticar o escritor José Saramago pelas suas posições contra a Bíblia e a tradição judaico-cristã».
... que lançou ontem o seu novo romance, "Caim".
Como se pode ler nos vários artigos jornalísticos apresentados na edição electrónica do "Público", o autor do imaginativo "O ano da morte de Ricardo Reis" veio à praça pública lançar uma série de ideias que serão decerto entendidas por ele como libertárias...
Independentemente do tom polémico das afirmações públicas do escritor (de quem só li dois livros), e desconhecendo o conteúdo do seu novo romance, não me é no entanto difícil imaginar aonde ele quererá chegar com a sua revisitação do mito de Abel e Caim onde, segundo é relatado, Saramago vê "deus" como o autor intelectual do "primeiro fratricídio"...
Personalidade controversa do mundo da banda-desenhada, sobrevivente dos loucos anos 60, é também um excelentíssimo desenhador, e como podem julgar pela imagem abaixo reproduzida, um digno conhecedor da miséria humana:
Aqui também é abordado o mito de Caim e Abel:
- Depois de uma cena humanamente tocante, a tradicional cena de fratricídio (notem a expressão de ambos os irmãos no segundo quadradinho):
Mas não é só de cenas sanguinolentas que se se compõe esta história, ou estórias (... tão velhas !, diz o Crumb na introdução ao livro). 
... que acabará assim, com um magnífico desenho - de cortar a respiração:
[R.Crumb segue literalmente a recente tradução da primeira parte, de cinco, do primeiro "livro" do Antigo Testamento, também ela literal, da responsabilidade de Robert Alter, o que confere ao seu relato uma aura arcaica, por meio da linguagem, sustentada também pelas imagens e, dada a natureza composta do texto original (vários autores ao longo de séculos), exagera naturalmente a incoerência de certas passagens.]
No capítulo final do Génesis, intitulado "José e os seus Irmãos", assiste-se a uma cena terrível onde José (judeu - o segundo homem mais poderoso do Egipto antigo), depois de prever, interpretando um sonho do Faraó, uma seca que durará sete anos...
... torna-se responsável pelo fim da propriedade privada, alienando todos os bens da faminta população egípcia, e dos arredores, em troca de alimento.
Capitalismo portanto?
... com uma mudança de texto no primeiro quadradinho que se deveu a uma oportuna informação facultada pelo Nuno, que transcrevo abaixo com a sua permissão:
Ía eu aqui publicar a m-p corrigida quando pela terceira vez me deparei com um obstáculo que me fez duvidar do que escrevera**, mais precisamente da minha correção ao que já escrevera: o comentário da auto-denominada "romantikscent"*** que podem ler no post anterior, e que salienta o aproximar da vida "adulta" do poeta.
Outras modificações tinham sido já feitas antes da primeira publicação desta m-p, mas a nível do desenho e já no computador, como podem acima verificar.
Mais uma nota: neste caso, e excepcionalmente, o fundo que já aparecera na m-p intitulada "Ambiente", não foi redesenhado, dada a complexidade do travelling (penso que aqui se justifica o uso do termo cinematográfico), mas antes "fotochopizado", o que é sempre agradável de fazer porque visualmente muito estimulante. 
Seguida da fotografia do jovem com "bigode de poeta" - expressão essa que me lembro perfeitamente de ler numa carta da senhora sua mãe que lhe era endereçada, mas que infelizmente não reencontro agora nem nos meus apontamentos nem em livros de correspondência pessoana...
Quanto à nossa rendição da imagem apresentada devo dizer que foi particularmente gratificante realizar essa mistura entre desenho realista e abonecado.

Seguida do saldo de contas da herança da avó de Fernando Pessoa, datado do dia 26 de Maio de 1909, portanto logo antes de se habilitar a recebê-la:
Seguido por sua vez da sua transcrição...
... tal como pode ser encontrada no livro da autoria de António Mega Ferreira abaixo apresentado:
Livro muito interessante, e útil, já que estabelece a verdade objectiva sobre uma série de factos biográficos e literários anteriormente mais ou menos nebulosos, como por exemplo a compra da "famosa" tipografia a vapor que terá levado F.P. a perder quase todo o dinheiro da acima referida herança.