terça-feira, 30 de junho de 2009

A última meia-página (a preto e branco) deste ciclo (VII-3-e):

Seguida da reprodução da página do caderno onde se encontra (à direita) a transposição algébrica de certas considerações do jovem F.P. sobre degenerescência, que citei no último quadradinho (rectangulozinho) da m-p acima apresentada.
Esta reprodução encontra-se no tomo I (de dois) do volume VII da Série Maior da Edição Crítica das Obras de Fernando Pessoa* (Imprensa Nacional - Casa da Moeda), intitulado "Escritos sobre Génio e Loucura", já referido no seguinte post.
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*: Segundo o coordenador desse projecto de edição, Ivo Castro**, «a Série Menor terá volumes de estrututa simplificada, destinados ao leitor comum, com o texto crítico não anotado, mas precedido de ensaio interpretativo», isto é, sem o aparato genético-crítico e introduções filológicas da Série Maior.
**: No texto "Projecto Inicial" (1988) do 1º volume da colecção "Estudos" da Edição Crítica, intitulado "Editar Pessoa".
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[Os filólogos são pessoas cheias de paciência, não acham?]

Já agora, falando de Degenerescência: segundo o que um estudioso (pessoano?) deixou escrito algures (vou citar de memória, e em segunda mão), esse conceito médico-psiquiátrico-científico do final do século XIX foi arrasado por Freud como uma coisa completamente indefinida que para nada servia (opinião com a qual facilmente se concorda nos nossos dias...).

É portanto engraçado e curioso o comentário feito pelo (já maduro) Fernando Pessoa ao seu futuro biógrafo João Gaspar Simões, em carta datada de 11 de Dezembro de 1931***, onde por sua vez critica o freudismo como sendo "um critério psicológico original e atraente" (obra «em verdade [de] um homem de génio»), e "um sistema imperfeito, estreito e utilíssimo" tornado no entanto uma "franca paranóia de tipo interpretativo"...
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***: Carta essa sobejamente conhecida pelos leitores "não-comuns" de Pessoa, de uma série onde o poeta trata de alicerçar a relação do jovem crítico com a sua pessoa, mas principalmente com a sua obra. Ficou para a posteridade o que sobreveio...
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Deixo-vos com um pequeno retrato fotográfico de Sigmund Freud:

2 comentários:

Nuno disse...

Miguel, este não é o Freud, mas o Einstein (a menos que me tenha escapado a ironia).

Miguel Moreira disse...

Sim Nuno, não lhe escapou a ironia.

De qualquer forma, este aparecimento intempestivo de Einstein deu-me uma ideia para introduzir um tema pendente há bastante tempo, provavelmente no próximo post.