ESTE LIVRO, de 475 grandes páginas de letras miudinhas:
... como o título indica, dá-nos a conhecer LISBOA e a sua História - desde o início do século XIX até ao ano de 1950.
Abundamente ilustrado com fotografias da época, é composto de relatos históricos, peças literárias e jornalísticas, e acaba com uma preciosa Cronologia de 70 páginas... Um companheiro ideal para percorrer a Lisboa de Fernando Pessoa.
Abaixo, um excerto da primeira cena de convívio familiar de Fernando em Lisboa, com o primo:
E o primo Mário Nogueira de Freitas num desenho a lápiz da autoria de Catarina Verdier (colorista):
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Metade a preto e branco da última meia-página deste ciclo (V-2-e):
A imagem de Fernando Pessoa de chapéu tem fortes semelhanças com uma série de imagens da autoria de Moebius:
Reproduzo aqui parte da cena final da sua "Garagem Hermética" - a que dará continuidade anos mais tarde:
... Continuação directa aliás, já que a porta pela qual o Major Grubert escapa à ameaça de morte pendente vai dar directamente a uma estação de metro, a suposta "realidade" da qual sairá para outra igualmente irreal.
"A Garagem Hermética" foi o primeiro álbum de BD que comprei quando regressei "definitivamente" a Portugal.
Nesse ano longínquo de 1991, o álbum custou-me 900 escudos, leram bem: 900 escudos - 4 euros e meio!
Seis anos depois o álbum "O Homem do Ciguri" valia 2150 escudos (10,75 euros)!
Hoje em dia esses livros devem valer entre 15 e 20 euros... Três ou quatro vezes mais.
Este aumento dos preços não depende só da inflação ou do que quer que seja; também depende de opções editoriais. Basta ver o caso das revistas de super-heróis que deixaram de ser publicações baratas (brasileiras) para passarem a super-produções em papel "couché" (acompanhando a tendência americana, é verdade) com preços iguais ao dos livros em geral, o que veio a ser, suponho, a causa funesta do desaparecimento total dete tipo de publicação do seu meio natural: a banca de jornais e revistas.
E o que dizer deste caso mais flagrante: a capa abaixo reproduzida é de um dos meus cinco volumes da tradução brasileira da série (campeã de vendas) intitulada "AKIRA", japonesa logo a preto e branco mas colorida por americanos.
Este álbum de quase 400 páginas foi por mim descoberto por acaso e comprado por 900 escudos também!... Não pude completar a história que devia contar com dez volumes (logo umas 4000 páginas) porque a sua esparsa distribuição foi interrompida.
Anos depois a editora "Meribérica/Liber" começou a publicação da mesma série, também a cores mas em volumes com no máximo 200 páginas, em papel mais grosso, e com preços que deviam rondar os 15 euros ou mais... O Nuno Costa, um amigo meu, começou a colecção mas desistiu rapidamente; pudera! Por esse preço a história completa deveria valer uns 60 contos (300 euros)!
A publicação da série foi interrompida a meio e a editora faliu entretanto. Não me pergunto porquê.
A imagem de Fernando Pessoa de chapéu tem fortes semelhanças com uma série de imagens da autoria de Moebius:
Reproduzo aqui parte da cena final da sua "Garagem Hermética" - a que dará continuidade anos mais tarde:
... Continuação directa aliás, já que a porta pela qual o Major Grubert escapa à ameaça de morte pendente vai dar directamente a uma estação de metro, a suposta "realidade" da qual sairá para outra igualmente irreal.
"A Garagem Hermética" foi o primeiro álbum de BD que comprei quando regressei "definitivamente" a Portugal.
Nesse ano longínquo de 1991, o álbum custou-me 900 escudos, leram bem: 900 escudos - 4 euros e meio!
Seis anos depois o álbum "O Homem do Ciguri" valia 2150 escudos (10,75 euros)!
Hoje em dia esses livros devem valer entre 15 e 20 euros... Três ou quatro vezes mais.
Este aumento dos preços não depende só da inflação ou do que quer que seja; também depende de opções editoriais. Basta ver o caso das revistas de super-heróis que deixaram de ser publicações baratas (brasileiras) para passarem a super-produções em papel "couché" (acompanhando a tendência americana, é verdade) com preços iguais ao dos livros em geral, o que veio a ser, suponho, a causa funesta do desaparecimento total dete tipo de publicação do seu meio natural: a banca de jornais e revistas.
E o que dizer deste caso mais flagrante: a capa abaixo reproduzida é de um dos meus cinco volumes da tradução brasileira da série (campeã de vendas) intitulada "AKIRA", japonesa logo a preto e branco mas colorida por americanos.
Este álbum de quase 400 páginas foi por mim descoberto por acaso e comprado por 900 escudos também!... Não pude completar a história que devia contar com dez volumes (logo umas 4000 páginas) porque a sua esparsa distribuição foi interrompida.
Anos depois a editora "Meribérica/Liber" começou a publicação da mesma série, também a cores mas em volumes com no máximo 200 páginas, em papel mais grosso, e com preços que deviam rondar os 15 euros ou mais... O Nuno Costa, um amigo meu, começou a colecção mas desistiu rapidamente; pudera! Por esse preço a história completa deveria valer uns 60 contos (300 euros)!
A publicação da série foi interrompida a meio e a editora faliu entretanto. Não me pergunto porquê.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
A terceira meia-página deste ciclo (V-2-c):
Seguida do seu original a preto e branco, e do retrato do poeta (e não só) alemão, Goethe, da autoria de um seu contemporâneo (Johann Tischbein) e que, à semelhança da m-p anterior, nos serviu de referência visual directa:
Essa e esta formam a página nº 35 do livro:
A partir da qual seria possível criar outra meia-página:
... Cujo defeito seria a demasiada proximidade dos dois quadradinhos de texto, que "respiram" melhor separados pelos títulos das respectivas m-p e acompanhados pela acção paralela com o Morte.
A propósito: a meia-página intitulada "Rosa dos Ventos" começou, ela sim, por ser duas m-p diferentes, com a cena diurna numa e a nocturna noutra; eram acompanhadas por outra acção em paralelo (o Fernando a escrever) que não se revelou satisfatória, e desta forma o texto, algo obtuso, e o seu sentido, ganharam a merecida unidade que as manchas de rosa sublinharam...
Seguida do seu original a preto e branco, e do retrato do poeta (e não só) alemão, Goethe, da autoria de um seu contemporâneo (Johann Tischbein) e que, à semelhança da m-p anterior, nos serviu de referência visual directa:
Essa e esta formam a página nº 35 do livro:
A partir da qual seria possível criar outra meia-página:
... Cujo defeito seria a demasiada proximidade dos dois quadradinhos de texto, que "respiram" melhor separados pelos títulos das respectivas m-p e acompanhados pela acção paralela com o Morte.
A propósito: a meia-página intitulada "Rosa dos Ventos" começou, ela sim, por ser duas m-p diferentes, com a cena diurna numa e a nocturna noutra; eram acompanhadas por outra acção em paralelo (o Fernando a escrever) que não se revelou satisfatória, e desta forma o texto, algo obtuso, e o seu sentido, ganharam a merecida unidade que as manchas de rosa sublinharam...
domingo, 5 de outubro de 2008
E SE...?:
A imagem acima apresentada foi reproduzida a partir do meu exemplar da fotobiografia de bolso de Fernando Pessoa, da autoria de Maria José de Lencastre. Mais uma na série que ficou para a posteridade, a dos retratos do poeta em movimento nas ruas da Baixa lisboeta*, esta tem no entanto uma particularidade que a legenda parece descrever acuradamente: «Pessoa descendo o Chiado com Augusto Ferreira Gomes».
*: Quase(?) uma encenação - a do "poeta citadino", como comentou o meu amigo João Alves.
De facto, esta imagem mostra a decomposição de um movimento em três... fotografias, ou deveria eu dizer: três fotogramas.
Eu não sou, de modo nenhum e pelo contrário, especialista em fotografia, mas quer me parecer que uma máquina fotográfica normal não permite este tipo de "representação", ainda para mais na época em que parece se desenrolar a "acção"...
E foi assim que eu acabei por perguntar à autora do livro (durante um "curso livre" sobre F.P. no final de 2007 ou início de 2008, na Faculdade de Letras de Lisboa) se aquilo não era, enfim, parte de um filme ou qualquer coisa assim ...
Para me justificar, e porque de facto pensei assim, disse que os furos que seguiam paralelamente as imagens faziam lembrar a película dos filmes.
Alguém contrapôs logo que com as máquinas fotográficas também era assim, e de facto é. (Até parece que não sou ainda desse tempo, o das máquinas não digitais).
Maria José de Lencastre, quanto a ela, um pouco surpreendida pela pergunta, respondeu-me que não se lembrava do suporte físico da(s) imagem, visto já terem passado muitos anos desde a realização do livro (o que é perfeitamente compreensível), e em jeito de brincadeira acrescentou que «se houvesse um filme do F.P., já seria do conhecimento público».
Posteriormente, lembrei-me de que os negativos das máquinas fotográficas é que têm, esses sim, os furos dispostos na horizontal, ao contrário do que parece acontecer para os filmes.
Mas, como podem constatar no quarto parágrafo da introdução da página em inglês da Wikipédia sobre fotogramas, também há películas que se movem horizontalmente.
Resumindo: estas três imagens foram muito provavelmente fotogramas de um filme e não fotografias isoladas tiradas a uma grande velocidade.
(Afirmá-lo implicaria saber que essa tecnologia não estava disponível à época, o que, na minha condição de não especialista, é-me impossível).
Enfim... É claro que à primeira vista tudo isto não adianta nada. Se houve uma série de fotogramas de Fernando Pessoa, longa o suficiente para reproduzir o seu movimento descendo o Chiado, só os mortos é que o sabem; ou melhor, souberam...
... Mas já que falo de coisas que se perderam(?), porque não referir o que poderá similarmente estar em vias de acontecer, e que poderão acompanhar detalhadamente nos seguintes links, aqui, aqui e aqui.
Update - 07/10/2008 - O mistério adensa-se: como bem reparou o Nuno Hipólito, há outra imagem do mesmo género, também com três "fotogramas", na Fotobiografia de F.P. (a minha memória também não está grande coisa), mas nesta o poeta aparece sozinho.
Estaremos nós afinal em presença de um tipo de fotografias com apresentação especial, "cinematográfica"?...
A imagem acima apresentada foi reproduzida a partir do meu exemplar da fotobiografia de bolso de Fernando Pessoa, da autoria de Maria José de Lencastre. Mais uma na série que ficou para a posteridade, a dos retratos do poeta em movimento nas ruas da Baixa lisboeta*, esta tem no entanto uma particularidade que a legenda parece descrever acuradamente: «Pessoa descendo o Chiado com Augusto Ferreira Gomes».
*: Quase(?) uma encenação - a do "poeta citadino", como comentou o meu amigo João Alves.
De facto, esta imagem mostra a decomposição de um movimento em três... fotografias, ou deveria eu dizer: três fotogramas.
Eu não sou, de modo nenhum e pelo contrário, especialista em fotografia, mas quer me parecer que uma máquina fotográfica normal não permite este tipo de "representação", ainda para mais na época em que parece se desenrolar a "acção"...
E foi assim que eu acabei por perguntar à autora do livro (durante um "curso livre" sobre F.P. no final de 2007 ou início de 2008, na Faculdade de Letras de Lisboa) se aquilo não era, enfim, parte de um filme ou qualquer coisa assim ...
Para me justificar, e porque de facto pensei assim, disse que os furos que seguiam paralelamente as imagens faziam lembrar a película dos filmes.
Alguém contrapôs logo que com as máquinas fotográficas também era assim, e de facto é. (Até parece que não sou ainda desse tempo, o das máquinas não digitais).
Maria José de Lencastre, quanto a ela, um pouco surpreendida pela pergunta, respondeu-me que não se lembrava do suporte físico da(s) imagem, visto já terem passado muitos anos desde a realização do livro (o que é perfeitamente compreensível), e em jeito de brincadeira acrescentou que «se houvesse um filme do F.P., já seria do conhecimento público».
Posteriormente, lembrei-me de que os negativos das máquinas fotográficas é que têm, esses sim, os furos dispostos na horizontal, ao contrário do que parece acontecer para os filmes.
Mas, como podem constatar no quarto parágrafo da introdução da página em inglês da Wikipédia sobre fotogramas, também há películas que se movem horizontalmente.
Resumindo: estas três imagens foram muito provavelmente fotogramas de um filme e não fotografias isoladas tiradas a uma grande velocidade.
(Afirmá-lo implicaria saber que essa tecnologia não estava disponível à época, o que, na minha condição de não especialista, é-me impossível).
Enfim... É claro que à primeira vista tudo isto não adianta nada. Se houve uma série de fotogramas de Fernando Pessoa, longa o suficiente para reproduzir o seu movimento descendo o Chiado, só os mortos é que o sabem; ou melhor, souberam...
... Mas já que falo de coisas que se perderam(?), porque não referir o que poderá similarmente estar em vias de acontecer, e que poderão acompanhar detalhadamente nos seguintes links, aqui, aqui e aqui.
Update - 07/10/2008 - O mistério adensa-se: como bem reparou o Nuno Hipólito, há outra imagem do mesmo género, também com três "fotogramas", na Fotobiografia de F.P. (a minha memória também não está grande coisa), mas nesta o poeta aparece sozinho.
Estaremos nós afinal em presença de um tipo de fotografias com apresentação especial, "cinematográfica"?...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
A segunda meia-página* deste ciclo (V-2-b):
Seguida da ilustração da autoria de Delacroix a partir da qual foi realizado o 6º quadradinho, como é evidente.
Para tal bastou reduzi-la para o tamanho certo, redesenhá-la a lápis (por transparência), arte-finalizá-la (tinta da china), e não se dar ao trabalho de pedir à colorista para dar o seu melhor porque ela já naturalmente o faz...
*: Desta vez, completa e a cores.
Seguida da ilustração da autoria de Delacroix a partir da qual foi realizado o 6º quadradinho, como é evidente.
Para tal bastou reduzi-la para o tamanho certo, redesenhá-la a lápis (por transparência), arte-finalizá-la (tinta da china), e não se dar ao trabalho de pedir à colorista para dar o seu melhor porque ela já naturalmente o faz...
*: Desta vez, completa e a cores.
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