A última meia-página do segundo grupo de 5 m-p (de 3) da conclusão (Y-e):
- Os fragmentos do ensaio "Way of the Serpent" estão disponíveis no seguinte link.
- Na página nº 395 da 1ª edição do livro "Encontro Magick" (da Hugin Editores, de 2001) é transcrita a seguinte passagem:
- "O Último Sortilégio":
«Já repeti o antigo encantamento
E a grande Deusa aos olhos se negou.
Já repeti, nas pausas do amplo vento,
As orações cuja alma é um ser fecundo.
Nada me o abismo deu ou o céu mostrou.
Só o vento volta onde estou toda e só,
E tudo dorme no confuso mundo.
«Outrora meu condão fadava as sarças
E a minha evocação do solo erguia
Presenças concentradas das que esparsas
Dormem nas formas naturais das coisas.
Outrora a minha voz acontecia.
Fadas e elfos, se eu chamasse, via,
E as folhas da floresta eram lustrosas.
«Minha varinha, com que da vontade
Falava às existências essenciais,
Já não conhece a minha realidade.
Já, se o círculo traço, não há nada.
Murmura o vento alheio extintos ais,
E ao luar que sobe além dos matagais
Não sou mais do que os bosques ou a estrada.
«Já me falece o dom com que me amavam.
Já me não torno a forma e o fim da vida
A quantos que, buscando-os, me buscavam.
Já, praia, o mar dos braços não me inunda.
Nem já me vejo ao sol saudado erguida,
Ou, em êxtase mágico perdida,
Ao luar, à boca da caverna funda.
«Já as sacras potências infernais,
Que, dormentes sem deuses nem destino,
À substância das coisas são iguais,
Não ouvem minha voz ou os nomes seus.
A música partiu-se do meu hino.
Já meu furor astral não é divino
Nem meu corpo pensado é já um Deus.
«E as longínquas deidades do atro poço,
Que tantas vezes, pálida, evoquei
Com a raiva de amar em alvoroço,
Inevocadas hoje ante mim estão.
Como, sem que as amasse, eu as chamei,
Agora, que não amo, as tenho, e sei
Que meu vendido ser consumirão.
«Tu, porém, Sol, cujo ouro me foi presa,
Tu, Lua, cuja prata converti,
Se já não podeis dar-me essa beleza
Que tantas vezes tive por querer,
Ao menos meu ser findo dividi —
Meu ser essencial se perca em si,
Só meu corpo sem mim fique alma e ser!
«Converta-me a minha última magia
Numa estátua de mim em corpo vivo!
Morra quem sou, mas quem me fiz e havia,
Anónima presença que se beija,
Carne do meu abstracto amor cativo,
Seja a morte de mim em que revivo;
E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!»
domingo, 19 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A quarta meia-página do segundo grupo de 5 m-p (de 3) da conclusão (Y-d):
Segue-se a anterior aparição nesta BD de Jaime Neves, médico e primo de Pessoa, no longínquo ano de 1913 (m-p II-B-III-2-a)...
... e o poema de Mário de Sá-Carneiro, "Aquele Outro" (m-p III-B-I-3-d), que o famoso poema de Pessoa, "Autopsicografia", ilustra, ou contextualiza (ou será o contrário? - ou ainda o contrário?):
Segue-se a anterior aparição nesta BD de Jaime Neves, médico e primo de Pessoa, no longínquo ano de 1913 (m-p II-B-III-2-a)...
... e o poema de Mário de Sá-Carneiro, "Aquele Outro" (m-p III-B-I-3-d), que o famoso poema de Pessoa, "Autopsicografia", ilustra, ou contextualiza (ou será o contrário? - ou ainda o contrário?):
domingo, 5 de fevereiro de 2012
A segunda meia-página do segundo grupo de 5 m-p (de 3) da conclusão (Y-b):
O títitulo desta m-p é uma referência ao lema "thelemita" de Aleister Crowley («faze o que tu queres será o todo da Lei», ou em inglês «do what thou wilt shall be the whole of the Law»), mas segundo a versão analítica do próprio Pessoa, tal como é encontrada (por ex.) no livro "Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos", de José Manuel Eanes:
«Descobre aquilo que és; descobre o que aquilo que és deseja; faz o que desejas enquanto aquilo que és».
Segundo Miguel Roza, no livro "Encontro Magick", essa "oração" tem no original inglês um simbolismo numérico e contém onze palavras - como podem constatar, o título desta m-p também.
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- Os três primeiros directores da revista "presença" (sem maiúscula) - da esquerda para a direita - João Gaspar Simões, José Régio e Branquinho da Fonseca:
- Hanni Jaeger, a "Mulher Escarlate" de Aleister Crowley (uma delas), também conhecida como "O Monstro":
- O monstro, peço desculpas, "A Besta 666", ou "Mestre Therion" - Aleister Crowley:
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P.S.: A expressão «o seu "exílio" (que é ele-mesmo)» (último quadradinho) é do próprio F.P. - em carta de 11-9-1929 a Ofélia Queirós (a 1ª da 2ª fase do namoro) Fernando escreve: «ao meu exílio, que sou eu mesmo, a sua carta chegou como uma alegria lá de casa».
O títitulo desta m-p é uma referência ao lema "thelemita" de Aleister Crowley («faze o que tu queres será o todo da Lei», ou em inglês «do what thou wilt shall be the whole of the Law»), mas segundo a versão analítica do próprio Pessoa, tal como é encontrada (por ex.) no livro "Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos", de José Manuel Eanes:
«Descobre aquilo que és; descobre o que aquilo que és deseja; faz o que desejas enquanto aquilo que és».
Segundo Miguel Roza, no livro "Encontro Magick", essa "oração" tem no original inglês um simbolismo numérico e contém onze palavras - como podem constatar, o título desta m-p também.
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- Os três primeiros directores da revista "presença" (sem maiúscula) - da esquerda para a direita - João Gaspar Simões, José Régio e Branquinho da Fonseca:
- Hanni Jaeger, a "Mulher Escarlate" de Aleister Crowley (uma delas), também conhecida como "O Monstro":
- O monstro, peço desculpas, "A Besta 666", ou "Mestre Therion" - Aleister Crowley:
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P.S.: A expressão «o seu "exílio" (que é ele-mesmo)» (último quadradinho) é do próprio F.P. - em carta de 11-9-1929 a Ofélia Queirós (a 1ª da 2ª fase do namoro) Fernando escreve: «ao meu exílio, que sou eu mesmo, a sua carta chegou como uma alegria lá de casa».
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